O Tesouro

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Sinopsis

Mestre no romance, Eça de Queiroz condensa com elegância a sua escrita minudente para fabricar uma pequena história, aguçando o enredo, armando ao leitor emboscadas, deixando-o em poucas páginas suspenso ou abismado. A voz inquietante de Fernando Alves valoriza toda a tensão narrativa deste conto, em que três irmãos, "os fidalgos mais famintos e remendados de todo o Reino das Astúrias", encontram, escondido num bosque, um tesouro que num só dia os leva a conhecer um destino assombroso. O Tesouro foi primeiro publicado na Gazeta de Lisboa, em 1894, e depois reeditado, juntamente com outras narrativas breves de Eça de Queiroz, num volume dado à estampa em 1902 (Porto), sob o título Contos.

Eça de Queiroz

"Eça de Queiroz, minha senhora, é essencialmente, molecularmente — desde a medula dos ossos até os poros da pele —, o que se chama um artista.
(…) A sua natureza provém — por hereditariedades, por atavismos, por coesão magnética, por outras forças cósmicas por enquanto desconhecidas —, de várias naturezas diversas: anjo, mulher linda, mulher velha, sibarita, herói, libertino e santo." - Ramalho Ortigão

José Maria Eça de Queiroz nasceu na Póvoa de Varzim, em 1845. Estudou Direito na Coimbra ultra-romântica da década de 60, já agitada pelos jovens que mais tarde realizariam em Lisboa as Conferências do Casino (1871) — marcadas pela intervenção de Eça a favor do realismo literário.

Ainda estudante, escreve para a Gazeta de Portugal os primeiros folhetins, postumamente publicados sob o título Prosas Bárbaras (1903). Mantém durante toda a vida o fervor jornalístico, publicando crónicas variadas e análises à situação do País e à política internacional, chegando a dirigir em 1866 um jornal de oposição, o Distrito de Évora, e a fundar em 1889 a Revista de Portugal. As Farpas, que escreveu em colaboração com Ramalho Ortigão, fazem ao longo de um ano (1871-1872) um explosivo inquérito à vida pública portuguesa.

Depois de uma viagem à Palestina e ao Egipto, para assistir à inauguração do canal de Suez, Eça decide ser diplomata. Como cônsul, viaja o mundo: vive em Havana (1872-1874), Inglaterra (1874-1888) e Paris (1888-1900), onde viria a morrer; e visita nos anos 70 os EUA e o Canadá. De todos esses lugares, envia cartas para jornais portugueses, mantendo-se ligado à vida nacional.

A par da diplomacia e do jornalismo, Eça nunca parou de escrever e reescrever os romances que revolucionariam o português literário do séc. XIX: O Crime do Padre Amaro (1880), O Primo Basílio (1878), O Mandarim (1880), A Relíquia (1887), Os Maias (1888), A Ilustre Casa de Ramires (1897) e A Cidade e as Serras (1900, póstumo), entre outros.

Fernando Alves

O talento revelou-se cedo e aos 16 anos já a vocação de Fernando Alves tinha encontrado a sua primeira oficina no Rádio Clube de Benguela.
A voz profunda, a dicção sensível, o entendimento poético do quotidiano noticioso aproximaram muitas vezes o jornalista da arte e os ouvintes da comoção, em programas que fizeram história e escola na rádio portuguesa, como "Búzio Ardente" na RDP, ou "Os Dias Andados", "O Postigo na Noite" (com Ana Bravo), "A Espuma dos Dias" e "Avenida de Ceuta N.º 1" (com Carlos Amaral Dias) na TSF – Rádio Jornal, estação que ajudou a fundar e da qual foi Director Adjunto.
Ali coordena o magazine de informação A Semana Passada e regista, desde há 12 anos, os "Sinais", crónica diária antologiada pela Oficina do Livro em 2000. Em 1994 foi distinguido pela Casa da Imprensa com o Prémio Bordallo da Rádio.

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